Combate às drogas, pós-verdade e diversidade sexual foram alguns dos temas debatidos hoje na Bienal do Livro Rio

Por Redação

A 18ª Bienal Internacional do Livro Rio apresentou até hoje uma programação cultural bastante diversificada em espaços como o Café Literário, o Encontro com Autores, o Palco Maracanã, a Arena #SemFiltro e o inédito Geek & Quadrinhos. No penúltimo dia do evento, os temas da programação oficial foram do combate às drogas, identidade de gênero, pós-verdade, Game of Thrones até literatura fantástica, além das sessões com autores que lotaram os espaços reservados para o encontro com os fãs.

Café Literário

Críticas às atuais políticas de combate às drogas marcaram o debate que abriu o Café Literário, na manhã deste sábado. A mesa-redonda “Novas políticas sobre drogas” reuniu o neurocientista americano Carl Hart; a cientista política Ilona Szabó e o ex-jogador de futebol Walter Casagrande, com mediação de Rodrigo Lacerda.

O neurocientista defendeu uma mudança na forma como a sociedade encara o uso de entorpecentes. Para Carl Hart, a política de combate às drogas dispersa o debate em torno de problemas estruturais. “Quando focamos nossa preocupação no tráfico, deixamos de pensar em educação, empregos e distribuição de renda”.

A cientista política Ilona Szabó, listou medidas que, em sua opinião, fariam o Brasil avançar no tema. “É preciso abrir a porta para o debate sem tabus. Deixar de tratar o usuário como criminoso, tirá-lo da esfera criminal; e pesquisar de maneira séria sobre o tema”, avaliou. Já o ex-jogador e comentarista Casagrande contou como enfrentou a dependência química, que o levou a ficar internado durante um ano. “Convivi com a droga desde jovem e não percebi que estava se tornando um problema. No meu caso, a internação, decidida pela minha família, foi fundamental para salvar minha vida”, lembrou.

Durante a mesa-redonda “Novas editoras”, na tarde de sábado, os convidados debateram sobre o mercado para pequenas e médias editoras criadas nos últimos anos. Representantes de novas editoras, Fabiano Curi, Tatiana Kely, Karla Melo e Flávio Moura, com mediação de Fernanda Diamant, conversaram sobre o perfil de seus lançamentos, com foco na qualidade editorial; estratégias de distribuição; investimento em plataformas digitais e a contribuição das editoras pequenas e médias para a formação de público leitor.

No bate-papo “Cronistas Contemporâneos”, os cronistas Fabrício Carpinejar, Raphael Montes e Afonso Borges debateram sobre a importância da crônica na literatura e jornalismo na atualidade. Mediados pelo também cronista Arnaldo Bloch, o trio defendeu que a crônica é o melhor estilo para tentarmos entender as rápidas transformações de comportamento nas sociedades.

Em meio às notícias factuais e efêmeras nos jornais, a crônica dá ao escritor a liberdade de transitar entre a literatura e o jornalismo. Mesmo sendo factual e atual, os cronistas são capazes de identificar traços peculiares de pessoas e situações em meio ao cotidiano e também de resgatar a memória. “A boa crônica perdura, pois é capaz de transformar um assunto na essência humana” afirmou Raphael Montes.

Eleita em 2016 como a palavra do ano pelo dicionário de Oxford, a “pós-verdade” foi o tema de um dos debates mais lotados no Café Literário. O historiador Leandro Karnal e a jornalista da revista Piauí, Daniela Pinheiro, conversaram sobre “Pós-verdade: Fatos e Narrativas”, mediados pelo jornalista João Gabriel de Lima. O que são as notícias falsas e as mentiras contadas nas redes sociais? Por que o ódio é o combustível em tempos de internet? A proliferação de boatos e meias-verdades tem gerado grande impacto no comportamento, na política e na economia do país. “O Brasil é um país que incorpora tardiamente as ideias. A questão central é a economia. As outras questões são abstratas”, afirmou Karnal.

 

Em um bate-papo descontraído, os jornalistas Artur Xexéo, Joaquim Ferreira dos Santos e Patrícia Kogut encerraram a programação de sábado do Café Literário. No encontro Histórias da TV e sociedade, mediado por José Godoy, os jornalistas conversaram sobre personalidades da televisão brasileira, sobre as mudanças da mídia televisiva ao longo das décadas e sobre o futuro da TV. Joaquim e Xexéo se debruçaram em duas biografias recém-lançadas de personagens emblemáticos, como a apresentadora Hebe Camargo e o colunista social Zózimo Barrozo do Amaral. Titular de uma coluna no jornal O Globo dedicada à televisão, Patrícia Kogut também lançou recentemente um livro sobre os programas mais marcantes da TV em toda a história. Além de falar sobre seus biografados e sobre os processos de criação dos livros, os jornalistas apontaram os desafios da televisão aberta e dos canais por assinatura.

 

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